My Broken Mariko (Review de Mangá)
Leia com lenços de papel à mão
Título original: マイ ブロークン マリコ
Título nacional: My Broken Mariko
Autora (Mangaká): Waka Hirako
Editora Japonesa: Kadokawa Shoten
Editora Brasileira: JBC
Sinopse oficial (JBC):
Shiino sempre esteve ao lado de sua amiga Mariko, que tentava conviver com um passado obscuro de abandono, abuso e depressão. Quando ela descobre, pelo noticiário, que sua melhor amiga havia cometido o suicídio, Shiino se sente sem chão e impotente por não ter conseguido ajudá-la em vida. Em busca de respostas, a jovem decide encarar o luto de uma forma diferente, levando as cinzas da amiga para uma última jornada juntas.
Um aviso Importante
Não se enganem, esta não é uma história de redenção. É sobre dor, luto, ressentimento, tanto de quem se foi, como de quem ficou…
É uma história que aborda suicídio e deve ser tratada com cuidado. Há inúmeros gatilhos emocionais.
Considere bem tudo isso antes de ler esse mangá.
O review, entretanto, não expõe detalhes da história.
A edição traz a história de Tomoyo no presente, e flashbacks de sua relação com Mariko, dividida em 4 partes e mais um pequeno extra.
Logo na primeira página, somos apresentados a história através da expressão atônita de Tomoyo ao saber do suicídio de Mariko. A mangaká Waka Hirako só precisa de três quadros (ou quatro, contando a splash page1 na sequencia) para nos trazer para dentro das emoções da protagonista.
Ao longo da narrativa, nos flashbacks, vivenciamos a construção da relação entre as duas mulheres, que se conhecem desde os tempos de colégio e os motivos de Mariko ser chamada de “broken”, ou “quebrada” no sentido emocional. É uma jornada muito intensa (e pesada). Eu, que não sou de ter reflexos físicos de minhas emoções, já estava com os olhos marejados no final da primeira parte.
A autora nos conduz em sua narrativa, alternando flashbacks e narrativa atual, sem nos segurar a mão. As falas de Mariko carregam seu afeto por Tomoyo, tanto quanto revelam a origem de seu sofrimento e comportamento autodestrutivo.
Nada nas experiências da vida de Mariko é novo ou desconhecido. São abusos que inúmeras pessoas, especialmente mulheres, sofreram e sofrem. E é justamente por isso que texto e narrativa da autora são tão impactantes.
O final da última parte, associado ao pequeno extra - que vem depois de outra história, também muito intensa, mas sem relação à história principal - é aquele golpe final, que nos deixa imaginando: “e, se…”
Veredito:
Se você gosta de quadrinhos/mangás com tons realistas, vale muito a leitura, com as ressalvas feitas no início do texto.